A última palestra magna do segundo dia do CONARH 2025 trouxe um recado objetivo: inclusão não é favor, é direito, obrigação legal e vantagem competitiva. Com mediação de Heloisa Rios (Comitê Paralímpico Brasileiro), o painel reuniu Mizael Conrado (CPB), Marcelo Vitoriano (Specialisterne Brasil) e Wandreza Bayona (Instituto Social Ser+).
O contexto já não é de intenção: há decreto e arcabouço regulatório que sustentam a inclusão de PCD. Falta execução com qualidade, escala e processos.
“Inclusão precisa de escuta e escuta pede empatia.” — Heloísa Rios
Ao comentar o que motiva a questão da inclusão nas organizações, Mizael foi direto:
“Inclusão social não é favor, é direito.” — Mizael Conrado
E completou com o argumento de negócio: empresas inclusivas performam melhor. O exemplo que ele gosta de citar é a Apple, que desenha produtos desde a origem com acessibilidade, acessibilidade amplia mercado, fideliza usuários e melhora a experiência para todos.
Cego, Mizael contou que realizou “muito mais do que sonhava” no esporte paralímpico. No trabalho, começou vendendo plano de saúde: fazia a venda, mas não fechava contratos, até pedir para fechar também. Saiu a campo, atendeu clientes e ficou em 2º lugar em vendas do escritório.
A lição é replicável em qualquer empresa:
“Equidade abre portas para desempenho.” — Mizael Conrado
Limitações existem, mas não definem o indivíduo.
O painel lembrou a trajetória histórica: por séculos, PCD foram negadas como sujeitos de direito. Do século XX em diante, a legislação reconhece dignidade e igualdade, culminando no tratado internacional de 2006 que ganhou status constitucional no Brasil.
Cota sem qualidade não retém. O objetivo é integração real: preparar equipes, funções, metas e acompanhamento.
“Se a empresa não se adapta, cota não retém… Integração é o objetivo.” — Mizael Conrado
A Specialisterne nasceu de uma pergunta familiar: como integrar uma pessoa autista ao trabalho? A partir daí, a organização já incluiu cerca de 10 mil autistas em empresas, com retenção próxima de 90%. Por quê? Porque talentos específicos (atenção a detalhes, memória, leitura de padrões) resolvem problemas que outros não veem.
“Neurodiversidade é vantagem competitiva: talentos diferentes resolvem problemas diferentes.” — Marcelo Vitoriano
Case citado: um programa iniciado em 2015 que hoje conta com 350 profissionais autistas no Itaú, com suporte estruturado ao time e à liderança. O efeito colateral positivo? Times mais humanizados e engajados.
“Não espere a empresa perfeita; comece de onde está.” — Marcelo Vitoriano
O Instituto Social Ser+ trabalha com juventude vulnerável e PCD, construindo uma ponte entre formação e emprego. A abordagem parte do lugar de cada jovem (contexto, repertório e sonho) e segue até a inserção no trabalho.
“O Jovem Aprendiz PCD pode manter benefícios e não tem limite de idade.” — Wandreza Bayona
Com mais de 40 mil jovens atendidos, o Ser+ registra 75% de inserção no mundo do trabalho e, nos programas mais recentes, 80% dos aprendizes sendo contratados.
Para dar certo, as empresas precisam querer aprender:
“Quem acolhe somos nós, gestores. Cabe a nós aprender com as pessoas.” — Wandreza Bayona
Wandreza lembrou ainda que grandes empresas (como a Amazon) já priorizam neurodiversidade por entenderem as potencialidades únicas desse público.
Na Niky, inclusão é estratégia, não anexo. Nossos multibenefícios flexíveis ajudam a tirar a pauta do papel e a sustentar produtividade. Inclusão de verdade é planejada, mensurada e humana. É assim que transformamos direito em resultado e cultura em vantagem competitiva.
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