Colaborador
December 30, 2025

Por que tantos profissionais pedem demissão no fim do ano?

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December 30, 2025
Niky

O fim do ano costuma ser associado a encerramentos, balanços e novos começos. Fora do ambiente corporativo, é tempo de reflexão. Dentro das empresas, esse mesmo clima costuma despertar decisões importantes. Uma delas aparece com cada vez mais frequência: o pedido de demissão.

Se você atua em RH ou liderança, provavelmente já percebeu esse movimento. Mas por que a demissão no fim do ano se tornou tão comum? A resposta passa menos por impulsividade e muito mais por desgaste acumulado, expectativas frustradas e a sensação de que “não dá para começar mais um ano do mesmo jeito”.

O fenômeno não é pontual e os dados confirmam

Uma pesquisa recente (repercutida pelo portal g1, com base em estudo da FGV EAESP), mostra que seis em cada dez trabalhadores brasileiros já pensaram em pedir demissão em 2025. Mais do que isso: 23% afirmam cogitar essa saída com frequência.

Os números ajudam a explicar por que o fim do ano vira um gatilho. É o momento quando metas são revistas, promessas são comparadas com a realidade e o cansaço de meses intensos finalmente cobra seu preço.

Desengajamento: o pano de fundo das demissões

Segundo o estudo, 61% dos trabalhadores estão desengajados. Isso significa pessoas cansadas, desconfiadas e com a sensação constante de estagnação na carreira. Não se trata apenas de salário (embora ele importe), mas de um conjunto de fatores que, somados, minam a motivação ao longo do ano.

Aspectos como falta de autonomia, pouco tempo para projetos pessoais, ausência de escuta e oportunidades limitadas de crescimento aparecem entre os pontos com pior avaliação

Quando esses sinais se acumulam, o fim do ano funciona quase como um “espelho”: o profissional olha para trás, avalia o custo emocional de continuar e decide mudar.

O peso do calendário emocional

Existe também um fator comportamental importante. O encerramento de ciclos naturalmente convida à reflexão. Muitos profissionais esperam o fim do ano para ver se algo muda: um reconhecimento, uma promoção, um bônus, uma conversa prometida que nunca aconteceu.

Quando isso não se concretiza, a decisão ganha força. Além disso, o início de um novo ano simboliza o recomeço. Diante disso, mudar de emprego passa a ser visto como parte desse movimento de renovação pessoal e profissional.

Saúde mental e jornadas intensas aceleram o processo

O estudo da FGV também revela um dado preocupante: um em cada cinco trabalhadores convive diariamente com sintomas como ansiedade, insônia ou fadiga. Entre jovens da Geração Z, esse número é ainda maior.

Jornadas longas e escalas mais rígidas estão diretamente associadas a níveis mais baixos de engajamento. Profissionais em regimes como 6x1 ou 12x36 apresentam mais desgaste emocional e menos motivação. Não por acaso, esses contextos aumentam a probabilidade de pedidos de demissão, especialmente quando não há contrapartidas claras em flexibilidade, benefícios ou qualidade de gestão.

Lideranças também estão no limite

Outro ponto que merece atenção é o esgotamento das lideranças. Executivos e gestores, que deveriam ser os principais agentes de engajamento, também apresentam queda significativa de motivação e altos índices de ansiedade e fadiga.

Quando a liderança está exausta, o impacto se espalha rapidamente pelas equipes. A cultura se fragiliza, a comunicação piora e o ambiente se torna menos saudável, criando um ciclo que empurra ainda mais pessoas para fora da empresa.

O impacto direto para o RH

Para o RH, a demissão no fim do ano vai muito além da reposição de vagas. O custo da rotatividade é alto, tanto financeiramente quanto em perda de conhecimento e clima organizacional.

A própria pesquisa estima que o desengajamento pode gerar perdas de até R$77 bilhões por ano para as empresas brasileiras, sendo a maior parte relacionada ao turnover.

Além disso, pedidos de desligamento em massa no mesmo período sobrecarregam processos seletivos, impactam planejamentos e comprometem o início do ano seguinte.

O que as empresas podem aprender com esse movimento?

Mais do que tentar conter demissões pontuais, o fim do ano oferece um sinal claro: as pessoas estão pedindo mais do trabalho, indo além dos em termos financeiros. Flexibilidade, boas práticas de gestão, benefícios relevantes e sensação de valorização são fatores decisivos para manter talentos.

Empresas que investem em escuta, autonomia e experiências de trabalho mais humanas conseguem reduzir esse efeito sazonal. Afinal, quando o colaborador sente que faz sentido ficar, o calendário deixa de ser um gatilho para ir embora.

Demissão no fim do ano é sintoma, não causa

O aumento dos pedidos de demissão no fim do ano não acontece por acaso. Ele revela falhas acumuladas ao longo dos meses e expectativas que não foram atendidas. 

Para o RH, o desafio está em usar esse momento como aprendizado e não apenas como urgência operacional. Entender os motivos por trás dessas decisões é o primeiro passo para construir ambientes mais saudáveis, sustentáveis e preparados para reter pessoas no próximo ciclo.

Retenção começa com experiências que fazem sentido

Na Niky, acreditamos que engajamento se constrói no dia a dia. Com benefícios flexíveis, sua empresa oferece mais autonomia, bem-estar e valorização real para os colaboradores, fatores que fazem diferença na decisão de ficar, crescer e começar um novo ano com motivação.
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