A primeira palestra magna do segundo dia do CONARH 2025 reuniu Gabriele Carlos (CEO da ZEISS Vision do Brasil) e Marcos Samaha (CEO do Tenda Atacado). Dois percursos distintos, uma mesma convicção: quando RH e negócio atuam como um só, a empresa ganha velocidade, consistência e humanidade.
Marcos, com carreira construída em grandes redes de varejo (Walmart e GPA) e hoje à frente do Tenda Atacado (9 mil colaboradores), resumiu a virada:
“Hoje, negócio e RH são quase uma coisa só. O RH precisa ser parceiro do dia a dia para o negócio ter sucesso.”
Gabriele está há 10 anos na ZEISS e entrou para transformar o RH em função estratégica. Antes dela, não havia diretoria de RH. Vinda de família empreendedora e com forte experiência em atendimento e área comercial, ela conectou operação e gente:
“Para recomendar mudanças, tem que ter dado, ter ido a campo e entender a dinâmica do time. Conhecimento + prática constroem reputação.”
Ela foi a primeira mulher do grupo como diretora e depois como CEO.
Os dois foram enfáticos: primeiro vem o propósito — entender por que você quer essa cadeira. Depois, planejamento de longo prazo e clareza pública sobre a ambição.
Pontos práticos que emergiram do debate:
Marcos reforçou o papel do CEO em momentos difíceis:
“Cabe ao líder transmitir calma, reflexão e dar espaço para que outras lideranças cresçam. Não é o CEO sozinho.”
Gabriele acrescentou a disciplina pessoal que sustenta decisões de alto impacto:
“Rede de apoio, sono e limites importam. O time espera orientação; eu preciso estar bem para deixar as pessoas bem.”
No Tenda, 95% do trabalho é presencial (lojas e CDs). Áreas de escritório variam: atendimento ao cliente 100% remoto; outras, híbridas, sempre guiadas pela produtividade.
Na ZEISS, a discussão evoluiu com o mercado: locais distintos pedem soluções diferentes (mobilidade em SP x Petrópolis). Saúde mental ganhou espaço:
“Somos o país mais ansioso do mundo. Não dá para voltar ao que era. É preciso se adequar ao novo cenário.”
Gabriele viveu um ciclo intenso: renovou todo o board, trouxe novas diretoras e está conectando o time a um entendimento profundo do segmento.
“É um ano de construção: gente nova, contexto exigente e muito alinhamento.”
Marcos destacou o legado que realmente fica:
“No fim, o que avalia uma liderança é a qualidade do julgamento e o senso de justiça.”
Ele defendeu, ainda, planos de transição de aposentadoria apoiados pelo RH — bons para pessoas e para o negócio.
Gabriele encerrou com um convite à responsabilidade: mentorar, participar de conselhos (como a ABRH) e multiplicar conhecimento.
“Posso não mudar o mundo, mas posso mobilizar a mudança no mundo das pessoas que se relacionam comigo.”
A fala dos dois CEOs confirma o que acreditamos: benefícios, dados e gestão de pessoas são alavancas de estratégia. Quando RH está plugado ao negócio, engajamento, produtividade e resultado andam juntos — e o pacote de benefícios vira ferramenta concreta para sustentar cultura, bem-estar e performance.
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